sábado, 10 de outubro de 2009

A ORGANIZAÇÃO DOS ESPAÇOS E DOS TEMPOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Por/Graziela C. Loro Cunha – professora J2

Um dos momentos marcantes de nosso primeiro seminário aconteceu quando participamos de uma “conversa” com a Professora Darlize Mello, Doutoranda em Educação pela Ufrgs, Mestre em Educação e Professora do curso de Pedagogia da Ulbra em Canoas e da Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre, em julho de 2007 onde discutimos e repensamos o tema em questão, tal foco baseava-se no espaço físico escolar, o ambiente da sala de aula e as relações que se estabelecem neste meio...


Um tema que há muito nos inquietava na educação infantil: como organizar os espaços e tempos nesse nível de ensino?
Com o olhar voltado para a sala de aula, buscando vislumbrar como isso vinha acontecendo e pensando na possibilidade de reorganização deste espaço, problematizamos nossa realidade através da contribuição da Professora Darlize quando nos instigou a refletir sobre os critérios utilizados para esta organização, repensamos quais as necessidades do grupo de crianças nos aspectos:
* de afetividade
* de autonomia
* de movimento
* de socialização
* de necessidades fisiológicas
* de descoberta, de exploração e conhecimento.
Estas questões permeando o fazer pedagógico nos fizeram questionar: o que é o tempo na educação infantil? Como organizá-los? A que e a quem se destinam? Como e quando modificá-los?
Segundo Forneiro (1998, p. 232-233):

"O tempo espaço refere-se ao espaço físico, ou seja, aos locais para a atividade caracterizados pelos objetos, pelos materiais didáticos, pelo mobiliário e pela decoração. Já o termo ambiente refere-se ao conjunto do espaço físico e às relações que se estabelecem no mesmo (os afetos, as relações interpessoais entre as crianças, entre crianças e adultos, entre crianças e sociedade em seu conjunto)."

Com este propósito lançado, entendemos que a organização dos espaços e tempos na educação infantil refere-se a um todo indissociável de objetos, odores, formas, cores, sons e pessoas.

Pessoas que habitam esses espaços, vivenciam esses tempos, dentro de uma estrutura física determinada, às vezes ampla, às vezes pequena, que contém tudo e que ao mesmo tempo, é contida por todos esses elementos. É algo que transmite sensações, evoca recordações, passa segurança ou inquietações, não nos deixa indiferentes, portanto não é neutra.
Relembrando novamente as palavras de Forneiro, temos que:
O espaço jamais é neutro. A sua estruturação, os elementos que o formam comunicam ao indivíduo uma mensagem. O educador não pode conformar-se com o meio tal qual lhe é oferecido, deve comprometer-se com ele, deve incidir, transformar, torná-lo do grupo.
Assim, houveram reais modificações na forma de pensar e estruturar a sala de aula na educação infantil da EMEI Raio de Sol e por meio de relatos de demais educadoras de outras escolas infantis do município de Esteio, onde novas idéias foram propostar a partir do exercício do olhar sensível voltado para este meio, como se ouviu “salas de aula vieram abaixo”, em um movimento de liberdade e criação onde se levou em conta o cuidado com o excesso de estímulos visuais e sonoros, o que realmente vale a pena estar em nossas paredes, onde se compreendeu a importância de termos materiais à altura das crianças para que possam interagir e não somente visualizar, onde se priorizou espaços para socializar e espaços para o isolamento momentâneo, onde a criança sente necessidade de ficar sozinha por vontade dela...
Temos hoje, portanto, uma sala de aula sob uma nova ótica pensando sempre na rotina e no fazer pedagógico num constante ensaio de otimização destes espaços com o intuito de ir e voltar na troca de experiências múltiplas nos contextos escolares e práticas educativas em busca da qualidade na educação infantil.

Sugestões de leituras que abordam este tema:

BARBOSA, Maria Carmen Silveira. Por amor e por força: rotinas na educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2006.
CARVALHO, Mara I. Campos de; RUBIANO, Márcia R. Bonagamba. Organização do espaço em instituições pré-escolares. In: OLIVEIRA, Zilma de Moraes Ramos. Educação Infantil: muitos olhares. 7. Ed. São Paulo: Cortez, 2007.
FORNEIRO, Lina Iglesias. A organização dos espaços na educação infantil. In: ZABALZA, Miguel. Qualidade em educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 1998.
HORN, Maria da Graça. Sabores, cores, sons e aromas: a organização dos espaços na educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2004.
MOYLES, Janet R. Só brincar? O papel da Educação Infantil. Porto Alegre: Artmed, 2002.

Um comentário:

  1. Darlize tu é maravilhosa!

    Feliz dia dos professores!

    Impossível pensar em professor sem lembrar de ti.

    Um beijo,
    tua ex aluna Luciane Tomaz
    15.10.2012

    ResponderExcluir

Comentem!!!!!